quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)

Leitura do Livro do Deuteronómio
(Deut 18,15-20)
Moisés falou ao povo, dizendo: «O Senhor teu Deus fará surgir no meio de ti, de entre os teus irmãos, um profeta como eu; a ele deveis escutar. Foi isto mesmo que pediste ao Senhor teu Deus no Horeb, no dia da assembleia: ‘Não ouvirei jamais a voz do Senhor meu Deus, nem verei este grande fogo, para não morrer’. O Senhor disse-me: ‘Eles têm razão; farei surgir para eles, do meio dos seus irmãos, um profeta como tu. Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar. Se alguém não escutar as minhas palavras que esse profeta disser em meu nome, Eu próprio lhe pedirei contas. Mas se um profeta tiver a ousadia de dizer em meu nome o que não lhe mandei, ou de falar em nome de outros deuses, tal profeta morrerá’».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 94 (95)
Refrão: Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou;
pois Ele é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz:
«Não endureçais os vossos corações,
como em Meriba, como no dia de Massa no deserto,
onde vossos pais Me tentaram e provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras»


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 7,32-35)
Irmãos: Não queria que andásseis preocupados. Quem não é casado preocupa-se com as coisas do Senhor, com o modo de agradar ao Senhor. Mas aquele que se casou preocupa-se com as coisas do mundo, com a maneira de agradar à esposa, e encontra-se dividido. Da mesma forma, a mulher solteira e a virgem preocupam-se com os interesses do Senhor, para serem santas de corpo e espírito. Mas a mulher casada preocupa-se com as coisas do mundo, com a forma de agradar ao marido. Digo isto no vosso próprio interessa e não para vos armar uma cilada. Tenho em vista o que mais convém e vos pode unir ao Senhor sem desvios.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 1,21-28)
Jesus chegou a Cafarnaum e quando, no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar, todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas. Encontrava-se na sinagoga um homem com um espírito impuro, que começou a gritar: «Que tens Tu a ver connosco, Jesus Nazareno? Vieste para nos perder? Sei quem Tu és: o Santo de Deus». Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem». O espírito impuro, agitando-o violentamente, soltou um forte grito e saiu dele. Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: «Que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe!» E logo a fama de Jesus se divulgou por toda a parte, em toda a região da Galileia.


BOA NOTÍCIA
Palavras, leva-as o vento.
O Evangelho do próximo domingo, dia 1, apresenta-nos uma das profissões de fé mais claras e directas que podemos encontrar nas páginas do Novo Testamento: «Sei quem Tu és: o Santo de Deus». E quem o diz? Surpresa das surpresas, um homem que a Bíblia descreve como um endemoninhado, uma pessoa possuída por «um espírito impuro».

Sabemos que no tempo de Jesus, todas as doenças (físicas e mentais) eram consideradas de origem “demoníaca”. Isto não significa que não hajam alguns casos (muito raros e muito delicados) que desafiam a ciência médica moderna e que podem levar a Igreja a considerar a presença real de uma influência demoníaca. Mas não nos é possível determinar a natureza do mal que afligia aquele homem e nem devemos deixar que esta questão nos distraia da catequese que o texto nos quer propor.

Com este episódio, aprendemos que qualquer pessoa (até um "demónio"…) pode reconhecer o Messias e anunciá-lo aos quatro ventos! Todavia, a verdadeira fé não se vê nas palavras bonitas ou nas declarações pomposas, mas sim, numa mudança profunda de vida e no abandono de egoísmos, invejas e ódios. Não basta um «começar a ir à igreja mais vezes...». O Evangelho diz-nos que foi precisamente na sinagoga que Jesus encontrou aquele homem. Talvez nem suspeitasse que era prisioneiro de um demónio: só a presença de Jesus foi capaz de revelar o engano e restituir-lhe a liberdade perdida. É por isso que vos repito: não basta uma mudança superficial. Não basta crer com palavras e dizer que somos cristãos: é preciso “viver a fé” e testemunhar o Evangelho com a própria vida.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 28.01.2015



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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)

Leitura da Profecia de Jonas
(3,1-5.10)
A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas nos seguintes termos: «Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e apregoa nela a mensagem que Eu te direi». Jonas levantou-se e foi a Nínive, conforme a palavra do Senhor. Nínive era uma grande cidade aos olhos de Deus; levava três dias a atravessar. Jonas entrou na cidade, caminhou durante um dia e começou a pregar nestes termos: «Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída». Os habitantes de Nínive acreditaram em Deus, proclamaram um jejum e revestiram-se de saco, desde o maior ao mais pequeno. Quando Deus viu as suas obras e como se convertiam do seu mau caminho, desistiu do castigo com que os ameaçara e não o executou.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)
Refrão: Ensinai-me, Senhor, os vossos caminhos.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças, que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Coríntios 7,29-31)
O que tenho a dizer-vos, irmãos, é que o tempo é breve. Doravante, os que têm esposas procedam como se as não tivessem; os que choram, como se não chorassem; os que andam alegres, como se não andassem; os que compram, como se não possuíssem; os que utilizam este mundo, como se realmente não o utilizassem. De facto, o cenário deste mundo é passageiro.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 1,14-20)
Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.


BOA NOTÍCIA
O tempo é agora!
No próximo domingo, dia 25, continuamos a acompanhar os primeiros passos da missão de Jesus e escutamos o início do Seu anúncio de salvação: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

No grego antigo existem duas palavras que indicam a realidade do tempo: “chronos” e “kairós”. O primeiro termo refere-se ao tempo cronológico, sequencial, que podemos medir com os nossos relógios e dividir em anos, meses, semanas e dias. Ao contrário, “kairós” não descreve a natureza quantitativa do tempo, mas sim a sua dimensão qualitativa. É um tempo especial, o “tempo de Deus”. É este o termo utilizado no evangelho: «cumpriu-se o “kairós”»; finalmente chegou o tempo do Senhor, um tempo que não deve ser medido, que não se consegue descrever em horas e minutos, mas que pode apenas ser abraçado e vivido.

Quantas pessoas, por falta de tempo, adiam continuamente a própria conversão...! Escutam o convite de Jesus, mas deixam para amanhã a decisão de segui-l’O. Querem viver o Evangelho, mas não hoje. Dizem a si mesmas que «um dia hei-de fazer isto», «um dia hei-de viver a minha vida assim», mas os dias transformam-se em semanas, as semanas em meses e os anos passam sem que nada mude, sem que nenhum passo seja dado.

O Evangelho do próximo domingo diz-nos que o tempo é agora! As nossas agendas hão-de estar sempre cheias de coisas urgentes. Os nossos calendários terão sempre mil e uma datas sublinhadas com o marcador vermelho. Mas não podemos continuar a adiar. Cristo convida-nos a segui-l’O hoje! Não percam tempo. Não se atrasem.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 21.01.2015



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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ano B)

Leitura do Primeiro Livro de Samuel
(1 Sam 3,3b-10.19)
Naqueles dias, Samuel dormia no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou». E, correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se. O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te». Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor. O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o senior que chamava pelo jovem. Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se. O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel! Samuel!» E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta». Samuel foi crescendo; o Senhor estava com ele e nenhuma das suas palavras deixou de cumprir-se.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 39 (40)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

Esperei no Senhor com toda a confiança
e Ele atendeu-me.
Pôs em meus lábios um cântico novo,
um hino de louvor ao nosso Deus.

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou».

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração».

«Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa bondade e fidelidade».


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
(1 Cor 6,13c-15a.17-20)
Irmãos:O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito. Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem cometa é exterior ao seu corpo; mas o que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Não pertenceis a vós mesmos, porque fostes resgatados por grande preço: glorificai a Deus no vosso corpo.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1,35-42)
Naquele tempo, estava João Baptista com dois dos seus discípulos e, vendo Jesus que passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus». Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus. Entretanto, Jesus voltou-Se; e, ao ver que O seguiam, disse-lhes: «Que procurais?» Eles responderam: «Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?» Disse-lhes Jesus: «Vinde ver». Eles foram ver onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro, foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe: «Encontrámos o Messias» - que quer dizer ‘Cristo’ –; e levou-o a Jesus. Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, filho de João. Chamar-te-ás Cefas» – que quer dizer ‘Pedro’.


BOA NOTÍCIA
«Vinde ver»
Terminadas as grandes festas do Natal, Ano Novo e Epifania, o terceiro domingo de 2015 propõe-nos uma página do Evangelho, onde encontramos Jesus Cristo já adulto. São-nos descritos os passos iniciais da Sua vida pública e o momento em que os primeiros discípulos decidem segui-l’O. Graças a este texto sabemos quais foram as primeiras palavras trocadas entre eles...

Tudo começa com uma pergunta de Jesus: «Que procurais?» É uma questão que revela o enorme respeito de Deus pelos seus filhos, pois Jesus sabe que a fé pode não ser “busca”, mas sim refúgio; que por vezes os homens não querem um “Senhor”, mas sim um patrão; que não desejam a “graça”, mas sim uma esmola que resolva os problemas. A pergunta de Jesus sugere que é importante termos sempre consciência do objectivo que perseguimos e do que esperamos d’Ele.

Os discípulos respondem com uma outra questão: «Rabi, onde moras?» É a forma que eles encontram de exprimir a vontade de aderir a Cristo, de habitar com Ele, de estabelecer comunhão de vida. Ao chamar-Lhe “rabi” (que significa “mestre”), afirmam o desejo de escutar os seus ensinamentos. A referência à “morada” de Jesus diz-nos que estão dispostos a ficar perto d’Ele e a viver sob a Sua influência.

«Vinde ver». O convite de Jesus significa que Ele acolhe os novos discípulos. “Ir” e “ver” são os verbos fundamentais, pois a fé só se pode alcançar depois de uma experiência pessoal de comunhão e de encontro com o Senhor... Não bastará nunca escutar apenas o testemunho de alguém que já acredita: é necessário “ir” e “ver” pessoalmente!

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 14.01.2015


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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

FESTA DO BAPTISMO DO SENHOR (ano B)

Leitura do Livro de Isaías
(Is 42,1-4.6-7)
Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas».


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 28 (29)
Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz.

Tributai ao Senhor, filhos de Deus,
tributai ao Senhor glória e poder.
Tributai ao Senhor a glória do seu nome,
adorai o Senhor com ornamentos sagrados.

A vos do Senhor ressoa sobre as nuvens,
o Senhor está sobre a vastidão das águas.
A voz do Senhor é poderosa,
a voz do Senhor é majestosa.

A majestade de Deus faz ecoar o seu trovão
e no seu templo todos clamam: Glória!
Sobre as águas do dilúvio senta-Se o Senhor,
o Senhor senta-Se como rei eterno.


Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 10,34-38)
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 1,7-11)
Naquele tempo, João começou a pregar, dizendo: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo». Sucedeu que, naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi baptizado por João no rio Jordão. Ao subir da água, viu os céus rasgarem-se e o Espírito, como uma pomba, descer sobre ele. E dos céus ouviu-se uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência».


BOA NOTÍCIA
Ginástica
No próximo domingo celebraremos a Festa do Baptismo do Senhor, uma excelente ocasião para reflectirmos sobre o sentido do nosso próprio baptismo…

Podemos dizer que o baptismo é o primeiro dia de uma nova vida, o primeiro passo de uma longa caminhada. Aliás, não devemos pensar que basta baptizar e «Já está!»: a fé é como um músculo! Se nunca fazemos ginástica, se não nos aplicamos em exercícios regulares, um dia, quando precisarmos da força da fé, vamos encontrar apenas bíceps atrofiados que não nos podem ajudar.

Celebração frequente da Eucaristia… Catequese, retiros e cursos bíblicos… Confissão e direcção espiritual… Participação activa na vida da paróquia… Oração comunitária e pessoal… Estes são alguns dos “exercícios” que ajudam a robustecer a nossa fé!

No entanto, se os treinos forem esporádicos, dificilmente obteremos bons resultados. Aliás, a falta de perseverança é contraproducente: nunca vos aconteceu ir jogar uma “peladinha” com os amigos, depois de muito tempo sem fazer exercício, e acordar no dia seguinte tão doridos que nem se conseguem mexer? Uma missa solitária, depois de meses e meses de abstinência, pode produzir resultados semelhantes, ou pelo menos, levar algumas pessoas a exclamar «Que canseira! Nunca mais!».

Uma vez, de vez em quando, serve de pouco, ou de nada. É na constância e na fidelidade que se descobre o valor e a beleza desta “ginástica”. Nunca sentiremos a alegria de ver nascer os frutos se não acreditamos no valor da perseverança. É uma regra que vale para o nosso caminho espiritual, mas também, para tantas outras coisas na nossa vida.

P. Carlos Caetano
in LusoJornal 07.01.2015


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